A proclamação da República em 1910 acalentou nas mulheres a esperança do reconhecimento do direito ao voto. «E, nesta crença, a médica Carolina Beatriz Ângelo, viúva e mãe, escudando-se no facto de o Código Administrativo então vigente conceder aos «chefes de família» o direito de voto nas eleições municipais, requereu o seu recenseamento como eleitora. A inscrição foi-lhe primeiramente negada, mas finalmente concedida por decisão do tribunal. Deste modo, no dia 28 de Maio de 1911, ela votou, «tendo sido não só a primeira portuguesa, mas a primeira latina a fazê-lo.» A desilusão, porém, não se fez esperar, pois a lei eleitoral de 1913 corrigiu esta ousadia, restringindo o direito de voto apenas aos cidadãos de sexo masculino.»
Sousa, Maria Reynolds (1985), «As primeiras deputadas portuguesas», in A Mulher na sociedade portuguesa, visão histórica e perspectivas actuais, Actas do colóquio de 20 a 22 de Março de 1985, Instituto de História Económica e Social, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
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