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Stuart Carvalhais, ilustração para um bilhete postal de propaganda ao jornal República. Década de 1910.

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Neste blog, pretendemos, de uma forma original e criativa, dar a conhecer alguns aspectos da 1.ª República portuguesa. E outras curiosidades desse tempo...

segunda-feira, 8 de março de 2010

A ARTE PORTUGUESA NA 1:ª REPÚBLICA

1901:
Fundação da Sociedade Nacional de Belas-Artes, nascida da fusão da Sociedade Promotora de Belas-Artes (fundada em 1861) com os antigos membros do Círculo Artístico.

1902-1910:
A maioria dos artistas portugueses que vai desempenhar um papel primordial no movimento modernista português parte para Paris, para aí fazerem um estágio mais ou menos longo: Eduardo Viana, Manuel Bentes, Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita, Dordio Gomes, Francisco Franco, Diogo de Macedo, António Carneiro, etc.

1910:
Nascimento da revista A Águia (Porto).

1911:
Criação do Museu Nacional de Arte Contemporânea (Lisboa).
As escolas artísticas separam-se das Academias de Belas-Artes de Lisboa e do Porto. Reorganizadas em 1957, tornaram-se Escolas Superiores.
Primeiro Salão dos Humoristas em Lisboa, onde são apresentadas pela primeira vez as obras de Almada Negreiros.
Exposição, no Salão Bobone, em Lisboa, das obras de alguns artistas portugueses residentes em Paris: Eduardo Viana, Francisco Smith, Manuel Bentes, etc.

1912:
Souza-Cardoso publica em Paris o álbum «XX Dessins».
Criação do grupo Renascença Portuguesa, juntando os intelectuais que a revista A Águia reunia já desde 1910.

1913:
Segundo Salão dos Humoristas em Lisboa.
Souza-Cardoso participa na grande exposição «Armory Show», nos Estados Unidos da América.
Primeiras exposições individuais de Almada Negreiros (Lisboa), Francisco Smith (Paris) e Diogo de Macedo (Porto).

1914:
A guerra obriga a maior parte dos artistas portugueses residentes em Paris a regressar ao seu país. Delaunay também passa, durante esta guerra, alguns meses em Portugal.
Primeiro Salão dos Humoristas no Porto.

1915:
Criação do grupo Orpheu (e publicação dos dois únicos números desta revista). De tendência predominantemente literária, apesar da participação de artistas como Almada Negreiros e Santa-Rita, Orpheu marca o verdadeiro início do modernismo português. Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Raul Leal são os membros mais marcantes do grupo.

1916:
Exposição em Lisboa, na Galeria das Artes (Salão Bobone), de obras de Francisco Smith, Almada Negreiros, Jorge Barradas, Manuel Bentes, Stuart Carvalhais, etc.

1917:
Realização, num teatro de Lisboa, de uma escandalosa sessão futurista composta por uma conferência de Almada Negreiros, pela leitura do Manifesto Futurista da Luxúria, de Mme. De Saint Point e por Music-Hall de Marinetti. Santa-Rita interveio energicamente durante a sessão, que foi tumultuosa, mas ao gosto futurista dos promotores ou, de acordo com Almada, de modo a exprimir «a intensidade da vida moderna».
Publicação do único número da revista Portugal Futurista, de Almada Negreiros, em que insere reproduções das obras de Santa-Rita Pintor.

1918:
Morte de Amadeo de Souza-Cardoso.
Morte de Santa-Rita. A quase totalidade das suas obras foi destruída por sua vontade expressa.

1922:
António Ferro publica o manifesto Nós, profere algumas conferências modernistas que causam sensação.
Início da publicação da revista Contemporânea, dirigida por José Pacheco, com a colaboração de Almada Negreiros, Sarah Affonso, Jorge Barradas e Eduardo Viana.

1923:
Um grupo de artistas portugueses, residentes em Paris, expõe em Lisboa sob a designação de 5 Independentes: os pintores Dordio Gomes, Henrique Franco e Alfredo Migueis e os escultores Francisco Franco e Diogo de Macedo.

1924:
Primeira exposição individual de Mário Eloy.
A revista Athena é fundada por Fernando Pessoa.

1925:
Eduardo Viana organiza em Lisboa o primeiro Salão de Outono, prestando homenagem a Souza-Cardoso e a Santa-Rita; são expostas obras de Almada Negreiros, Eduardo Viana, Mário Eloy, António Soares e Jorge Barradas.
Exposição de homenagem a Souza-Cardoso, organizada pela viúva do artista, na Galeria Briant Robert, em Paris.
No Club Bristol (um «cabaret» de Lisboa) e depois no café A Brasileira do Chiado, artistas como Eduardo Viana, Almada Negreiros, Lino António, Jorge Barradas e António Soares realizam pinturas que constituem a primeira apresentação de arte contemporânea de carácter permanente em locais públicos.

1926:
Segundo Salão de Outono, realizado na Galeria das Artes do Salão Bobone, onde expõem Abel Manta, António Soares, Eduardo Viana, Francisco Smith, Jorge Barradas, Sarah Affonso, Canto da Maya e Leopoldo de Almeida.


(texto traduzido por nós do francês original «Art Portugais, Peinture et Sculpture du Naturalisme à nos Jours»,Paris, 1968)

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