Com a implantação da República em Portugal, foi nomeada uma comissão para estabelecer uma ortografia simplificada a usar nas publicações oficiais e no ensino, que a portaria de 1 de Setembro de 1911 oficializou.
Esta reforma da ortografia foi profunda e modificou completamente o rosto da língua escrita, aproximando-o muito do actual, fazendo desaparecer muitas consoantes dobradas e os grupos ph, th, rh. No entanto, esta reforma foi feita sem que fosse feito qualquer acordo com o Brasil, ficando os dois países com ortografias diferentes.
A Comissão de reforma ortográfica foi constituída por Aniceto dos Reis Gonçalves Viana, Carolina Michaëlis, Cândido de Figueiredo, Adolfo Coelho, Leite de Vasconcelos, Gonçalves Guimarães, Ribeiro de Vasconcelos, Júlio Gonçalves Moreira, José Joaquim Nunes, Borges Grainha e Augusto Epifânio da Silva Dias (que pediu escusa).
Nessa altura, como hoje, se viveu uma reforma ortográfica, com defensores e opositores. Na verdade, mudam-se os tempos, mas as velhas questões persistem...
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se as regras da velha gramática…
Amigo, por que andades trist’ou porque chorades?
A lei da teoria é a voz da prática.
Continuamente vemos novidades
Coloca-se o hífen ou tira-se o trema?
Qual é o prefixo, qual é o morfema?
Mudam-se os tempos mas não as vontades
Dobrar consoantes está fora de moda
A reforma dita e a comissão elogia
Com c ou sem c? A cabeça anda à roda
Seguir a fonética ou etimologia?
É um incómodo a que se acomoda
Nova reforma da ORTHOGRAPHIA!
11.ºC
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